Ralf Frauches.

Eu me desprendi de quem fui. Sim, hoje eu vivo tentando me reencontrar, mas em cada encontro comigo, vejo que não me encontrei...

Eu perdi a manha e o desejo de ser o melhor...Me deixei esvaziar lentamente de maneira quase imperceptível, mas hoje eu já vejo a tamanha falta que eu me faço.

Antes eu era lutador, almejava conquistar sonhos, levantar das quedas e me diminuir pra que alguém sempre pudesse crescer, hoje os sonhos são os de travesseiro, as quedas são tão constantes que caminho me rastejando, embora caminhe e já não sei se me diminuir mais seria uma boa escolha.

Eu gostaria de sentir prazer em ser quem sou, de contar que mesmo sem vitórias, eu me ache um vencedor por ter lutado, de cantar a canção que toque de verdade, primeiramente, o meu coração.

As vezes a gente perde o encanto que é nos fazer sorrir e a sensibilidade de se perceber necessitado de auto-cuidados.

Ah, eu perdi tanta coisa pelo caminho... O peso da bagagem me fez desprender de coisas importantes, que hoje deixam um buraco...acho que joguei demais de mim ao vento, e mesmo se voltasse atrás, e tentasse recuperar, seria em vão.

Continuo assim, me rastejando e tentando buscar sentidos e felicidades. E mesmo tendo jogado muito de minha bagagem aos ventos, estou certo de que uma coisa eu guardei com prudência...Nela ainda existe muita esperança!