quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Depois de algum tempo, resolvi entrar neste quarto que agora estou. Nele só existe uma feixe de luz e um espelho; espelho este que tem exatamente os meus cento e setenta e sete centímetros de altura.
À medida que o tempo passa e a Terra faz seu movimento de translação, o feixe de luz movimenta-se e aos poucos me ilumina.
Cheguei a pensar que é engraçado que, alguém tão narcísico como eu passe a temer seu próprio reflexo. Porém á medida que as horas neste quarto passam eu vou compreendendo que olhar para si e para a própria história é uma experiencia, nó mínimo, desconfortável para todo mundo. Afinal, temos o ponto de partida e chegada para as histórias de todos, mas somos reféns de ventos alheios, para que nossos barcos naveguem pela vida...Temos respostas para todos, mas não sabemos nem o que perguntar para nós mesmos... Andamos distraídos assistindo "reality shows", quando nos esquecemos que todos nos observam, menos nós.
Todos temos muitos lugares que visitamos com frequência, e até gostamos dos narcísicos espelhos que nos mostram os aparatos exteriores que,com os quais, nos adornamos e camuflamos, mas creia: vez em quando é necessário abrir a porta deste quarto que visito hoje, e permitir que, minunciosamente, esse pequeno feixe de luz nos ilumine interiormente e nos faça ver pelo reflexo deste espelho, que tem nossa exata medida, quem de fato realmente somos, de onde viemos, para onde iremos se permanecermos sendo quem temos insistido em ser. Conhecer a si mesmo pode ser incomodo, mas é a unica maneira de conseguir mudar e nos tornarmos, finalmente, o mais próximo do que desejamos ser!

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